História
No fim da década de vinte, o acesso à educação na cidade de Caruaru ainda era privilégio de poucos. Esse cenário ganhou uma outra perspectiva a partir da iniciativa do Pe. Júlio Cabral de Medeiros e dos professores José Florêncio Leão e Luiz Pessoa da Silva, os quais se articularam em torno da ideia de criar na cidade uma escola que viesse oferecer o ensino em seus vários níveis e, ao mesmo tempo, estender a formação cristã aos caruaruenses.
Em 2 de fevereiro de 1927, na então praça Juvêncio Mariz, passava a funcionar, em regime de internato e externato, o Gymnasio de Caruaru, com os cursos Jardim da Infância, Primário, de Admissão ao Ginásio e Secundário, tendo a sua primeira diretoria assim constituída:

No início, os idealizadores tiveram que superar muitos obstáculos para manter a escola funcionando. Além das dificuldades internas, o reconhecimento oficial da Instituição era uma questão que precisava ser resolvida. Assim, em 1933, por mediação do então prefeito Pedro de Souza, uma parceria entre o Ginásio de Caruaru e o Colégio Osvaldo Cruz, da cidade do Recife, foi estabelecida.
O Ginásio de Caruaru passou a ser filial da escola recifense, assumindo a direção-geral, o seu renomado professor Aluízio Pessoa de Araújo, que, além de vasta experiência no campo da educação, há muito tempo pretendia abrir uma escola em Caruaru. Nessa nova fase, o professor Aluízio Pessoa de Araújo, diretor do Colégio Osvaldo Cruz, tornou-se também o proprietário do Ginásio de Caruaru, que passou a funcionar em novas instalações na Rua Sete de Setembro.


Assim, no mesmo ano de 1933, a escola apresentava o seguinte corpo docente, devidamente registrado no Departamento Nacional de Ensino: Pe. Julio Cabral de
Medeiros, Pe. Adalberto Damasceno, Dr. Oscarlino Tavares de Mélo Gouveia, Dr. Silvestre Guimarães, Dr. Dionísio de Louvor Soares, Dr. Filismino Guedes, Dr. Arnaldo José Duarte, Dr. Geminiano Campos, Prof. José Florêncio Leão, Prof. Luiz Gonzaga Falcão, Prof. Airdes Silva Naeli, Prof. Luiz Pessoa da Silva.
No ano de 1934, o professor Luiz Pessoa da Silva, que também exercia a função de secretário, passou a responder pela direção do Ginásio de Caruaru, mesmo sendo este de propriedade do professor Aluízio Pessoa de Araújo. Porém, em 1936, associando-se ao comerciante José Galindo de Souza, pôde comprar do Professor Aluízio Pessoa a propriedade do Ginásio de Caruaru. A sociedade se manteve até o ano de 1941, quando o professor Luiz Pessoa da Silva comprou a parte de seu sócio, tornando-se o único proprietário da Instituição.
Daí para frente, a Escola foi se destacando como uma referência na educação privada da cidade, ganhando credibilidade e ampliando o número de alunos. Diante dessas condições, o Professor Luiz Pessoa cuidou de construir um prédio moderno no bairro Maurício de Nassau, para onde o Ginásio de Caruaru foi, definitivamente, transferido.

No fim da década de 1940, a Escola passou a oferecer aos caruaruenses o curso científico, emergindo de Ginásio para Colégio de Caruaru. Nos anos 50, o Colégio de Caruaru assumia um papel importante nas manifestações cívicas e religiosas, notadamente nos desfiles de Sete de Setembro, festas católicas e demais eventos que na cidade eram realizados.

A chegada de D. Augusto de Carvalho, segundo Bispo de Caruaru, marca um novo período na atuação da Diocese no campo da educação da cidade. Em 1960, o referido bispo, em nome da Diocese, comprou do professor Luiz Pessoa da Silva o Colégio de Caruaru, que, a partir de então, passou a denominar-se Colégio Diocesano de Caruaru.
De 1960 aos dias atuais, o Colégio Diocesano passou por três importantes administrações: de 1960 a 1972, esteve sob o comando do Padre Sebastião Rodrigues da
Silva, e de 1973 a 1981, do Padre Almir Franco Palheta. Nesse período, a Escola passou a marcar forte presença no meio estudantil, com destaque para os jogos escolares que agitavam a cidade e confraternizavam diversas escolas em partidas carregadas de emoções e rivalidades.


Desde 1982, o Colégio Diocesano de Caruaru encontra-se sob a responsabilidade do Monsenhor Olivaldo Pereira Silva. Os anos 80 e 90 marcam o período em que o Colégio se consolidou como um centro educacional arrojado e moderno. Nessa direção, combinando a formação cristã voltada para o exercício da cidadania e o acesso à universidade, a Instituição pôde entrar no século XXI como a maior escola do interior de Pernambuco, confirmando seu lugar privilegiado na educação e formando as gerações que fizeram de Caruaru a maior cidade do interior do estado.
O Colégio Diocesano ampliou bastante seu raio de atuação, acolhendo alunos de cidades vizinhas. Desta forma, a Escola tornou-se uma referência na educação da mesorregião Agreste de Pernambuco. Na era da sociedade do conhecimento e da informação que caracteriza tão fortemente o mundo globalizado, o Colégio Diocesano de Caruaru investe numa gestão inovadora, apostando num currículo que lança mão de metodologias ativas e novas tecnologias para viabilizar a formação integral do indivíduo com capacidade para interagir em diversos espaços da sociedade e, ao mesmo tempo, fortalecer os laços de solidariedade, respeito aos direitos humanos e responsabilidade socioambiental.
Em pleno século XXI, com uma trajetória pautada pelo compromisso com os valores cristãos e a educação moderna, a Escola se sente, hoje, tão orgulhosa quanto consciente de seu papel social frente às necessidades e desafios da sociedade contemporânea. Aos 98 anos, e aproximando-se do seu centenário, o Colégio Diocesano de Caruaru já aparece entre as mais importantes instituições de ensino de Pernambuco, consolidado como uma marca de respeito e muita credibilidade na Educação Básica. Uma Escola de Caruaru, à frente de seu tempo, para o serviço de Deus e do Brasil.